quinta-feira, 10 de maio de 2012

IMPRENSA E A TEORIA DA EVOLUÇÃO

A controvérsia sobre criação-evolução é um daqueles assuntos padronizados na imprensa. Às vezes tenho a impressão de que os jornalistas simplesmente digitam a tecla "detonar o criacionismo" em seus computadores e se sentam enquanto a impressora vai liberando uma série de estereótipos:
1) A igreja católica perseguiu Galileu;
2) O julgamento Scopes em 1925 deveria ter resolvido a questão;
3) A Bíblia não é um texto científico;
4) Os cientistas "admitem que a evolução aconteceu";
5) Líderes religiosos das grandes denominações dizem que Deus e a evolução são compatíveis;
6) O país vai se arruinar se a evolução não for enfatizada nas escolas.

A imprensa aprendeu o pouco que sabe sobre esses assuntos por meio da polêmica de materialistas científicos como Isaac Asimov, Carl Sagan, Richard Dawkins e Stephen Jay Gould, aceitos pelos jornalistas como autoridades imparciais porque falam em nome da "ciência". Assim, a impressa define os criacionistas como sendo biblistas que ignoram totalmente a evidência científica que contradiz sua posição, ou que escolhem desprezá-la. A partir desse princípio, é inconcebível que os criacionistas pudessem ter argumentos racionais.

E pode-se citar quase qualquer coisa, desde fósseis e bicos de tentilhões, até resistência aos inseticidas, para fazê-los parecer cegos para os fatos. Não há necessidade de tentar entender o ponto de vista dos que discordam, porque de acordo com a imprensa, todas as dúvidas quanto à evolução são, por definição, irracionais.
Extraído do livro de: Phillip E. Johnson. Ciência, intolerância e fé, p. 83-84

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