Silas Malafaia usa leis da ciência para refutar teoria da evolução
A teoria da evolução voltou à discussão no Brasil após a grande mídia revirar declarações passadas da ministra Damares Alves, em contextos alheios à política institucional, em que ela se opunha à tese criada por Charles Darwin. Um dos que saíram em sua defesa foi o pastor Silas Malafaia, com uma série de tweets, com argumentos contra o evolucionismo.
“LEIS NA CIÊNCIA > 1ª e 2ª lei da termodinâmica, lei da causa e efeito, lei da gravidade, etc, etc. Evolução não passa de uma teoria. As leis são comprovadas pelo experimento, não simplesmente por hipótese. Criação ou evolução? Se a criação é uma teoria, a da evolução é pior ainda. Existem mais evidência na natureza para a criação do que para a evolução. Submeta as duas às seguintes leis e você verá. As leis da biogêneses, causa e efeito, 1ª e 2ª lei da termodinâmica. O resto é conversa!”, pontuou o pastor.
Em outro tweet, Malafaia apontou a genética como fator de questionamento do evolucionismo: “Submeta a criação e a evolução ao código genético> Características de uma espécie são transferidas para as gerações futuras da mesma espécie. Isso é ciência, não falácia teórica. O código genético foi descoberto por Mendel em 1856, é uma lambada na teoria da evolução”.
SUBMETA A CRIAÇÃO E A EVOLUÇÃO AO CÓDIGO GENÉTICO > Características de uma espécie são transferidas para as gerações futuras da mesma espécie. Isso é ciência, ñ falácia teórica. O código genético foi descoberto por Mendel em 1856, é uma lambada na teoria da evolução.
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Esse apontamento feito por Malafaia tem semelhanças com a argumentação do físico brasileiro Adauto Lourenço, mestre em Física pela Clemson University (EUA), que aponta que há evidências científicas que trazem sérios questionamentos à tese defendida pelos evolucionistas.
“O problema é que, o que sabemos hoje de seleção natural, está ligado à quantidade de informação genética que um organismo tem. Para que a seleção natural ocorra, algo deve se transformar em outra coisa. Mas a informação genética disponível não faz com que ‘isso’ se transforme ‘naquilo’”, diz Lourenço.
Religião?
Questionado por alguns dos usuários do Twitter, Malafaia compartilhou sua impressão sobre os seguidores do conceito: “A teoria da evolução tem mais de religião do que de ciência, como não tem comprovação, você precisa acreditar nela, com um detalhe, tem que ter mais fé do acreditar na criação. Tudo veio do nada, passou por processos que ninguém sabe. Só kkkkk”.
A tirar pela experiência de Mark Armitage, um cientista cristão, é possível compreender o sarcasmo usado por Malafaia para alfinetar aqueles que acreditam que o evolucionismo é um fato científico. Ele foi demitido pela universidade onde trabalhava por questionar aspectos da teoria da evolução, e virou notícia ao redor do mundo após vencer sua causa na Justiça contra a instituição.
Seu questionamento foi feito a partir de evidências encontradas em um fóssil estudado pela equipe de pesquisa da Universidade Northridge, no estado da Califórnia (EUA). Em 2012, os pesquisadores descobriram tecidos moles em um grande chifre de um triceratops, que de acordo com a bibliografia científica, teria pelo menos 65 milhões de anos.
Ao reportar suas conclusões, Armitage conta que a descoberta colocou “os evolucionistas em fuga”, já que eles não tinham como explicar de que maneira “as células e tecidos delicados” tinham sobrevivido “aos efeitos do tempo”. O fóssil pertence a um animal que é descrito como dono de um crânio avantajado.
De acordo com informações do portal Nature, Armitage terminou demitido de seu emprego após publicar suas descobertas em um artigo de um jornal científico, pois seus colegas ficaram furiosos por sua abordagem, alegando que ele estava promovendo provas contra o evolucionismo por ser cristão.
“Na verdade, é surpreendente que eles estejam lá, mesmo depois de milhares de anos, desde o Grande Dilúvio de Noé. Mesmo se considerássemos que o dilúvio aconteceu há apenas três mil anos, a existência desses tecidos moles é impressionante”, afirma o cientista.
Durante uma discussão, seu supervisor teria dito “nós não vamos tolerar sua religião neste departamento”, e assim, ele prestou uma queixa em um tribunal de Los Angeles contra a Universidade, alegando que sua demissão tinha ocorrido motivada por perseguição religiosa.
O presidente do Instituto Pacific Justice, Brad Dacus defendeu Armitage, pontuando que “demitir um empregado por causa de suas opiniões religiosas é um procedimento completamente inadequado e ilegal”, e acrescentou que haviam agravantes: “Fazer isso na tentativa de silenciar o discurso científico de uma universidade pública é ainda mais alarmante. Isto deve ser um alerta e uma advertência para todo o universo acadêmico”.
Após mais de dois anos de processos, o caso chegou ao fim com a proposta da Universidade Northridge de indenizar o cientista cristão com um valor “cerca de 15 vezes o que Armitage ganhava anualmente, em seu emprego de meio período”.
Equívocos de Darwin
O cientista brasileiro e evangélico Marcos Eberlin, bioquímico professor do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e autor de mais de 650 artigos científicos, lidera no Brasil um grupo de estudo que se debruça sobre a teoria do design inteligente (TDI), um conceito antagônico que visa quebrar o paradigma da biologia evolutiva criado por Charles Darwin no século XIX.
A TDI – que é abraçada por respeitados cientistas ao redor do mundo – aponta que a vida não se desenvolveu na Terra ao acaso, mas projetada por uma mente inteligente: “Conhecimentos científicos em bioquímica e biologia molecular cada vez mais apurados nos permitiram abrir a caixa preta chamada célula e enxergar nela um conjunto imenso de máquinas moleculares dotado de uma complexidade irredutível”, argumenta Marcos Eberlin.
Essas características descobertas no estudo ao longo de décadas nas células permite, segundo Eberlin, contrapor a Teoria da Evolução: “Não dá para pensar num motor desse tipo produzido por forças naturais. Foi decisão de uma inteligência que existe no universo”, diz o cientista.
No Brasil, Eberlin e outros pesquisadores brasileiros fundaram a Sociedade Brasileira do Design Inteligente (SBDI), entidade que reúne ex-defensores da teoria da evolução. Nos Estados Unidos, um grupo atua em pesquisas para conceituar a teoria do design inteligente desde os anos 1980, com o pesquisador Paul Nelson, especializado em biologia evolucionária, sendo um dos principais nomes.
“Não somos inimigos de Darwin, mas amigos da ciência. Queremos restabelecer a verdade científica”, diz Marcos Eberlin, que também é membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
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