LUZIA – A FARSA
Não quero ser polêmico, muito menos antagônico, mas sou muito crítico da Biologia quando ela sai dos laboratórios e entra no campo da filosofia e das artes plásticas. Um exemplo disto é a RECONSTRUÇÃO DE LUZIA.
A Revista Brasileira VEJA em Abril de 1999 publicou uma matéria sobre o fóssil de Luzia e havia um quadro com as seguintes informações:
FÓSSIL COPIADO – O crânio de Luzia, exposto no Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, foi submetido a uma tomografia por uma equipe de pesquisadores ingleses. As imagens foram processadas em computador e o crânio foi reconstruído de material sintético
FACE DE ARGILA – O novo crânio foi levado para Manchester, onde Richard Neave refez com argila a face de Luzia. Para modelar o queixo e as bochechas usou camadas de massa que variaram entre 15 e 20 milímetros
A SURPRESA – O resultado foi uma fisionomia com traços negróides. Luzia tinha olhos arredondados, nariz largo e queixo bastante proeminente. Detalhes como lábios e orelhas foram concebidos por aproximação com os tipos negróides atuais (africanos e aborígines australianos)
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A FALSA FIGURA DE LUZIA
As informações de um crânio são bastantes úteis dentro do estudo para determinar vários dados de um cadáver, como policial judiciário tive oportunidade de fazer estudos de medicina legal forense visando obter o máximo de dados sobre uma ossada, inclusive já passei em primeiro lugar em concurso para Necrópsia Policial e já acompanhei várias necrópsias no IML de Santos e ainda acompanhei análises de médicos oficiais da polícia judiciária e estudei relatórios sobre osssadas e é impressionante como se pode obter informações do cadáver com um mero pedaço de osso do fêmur. Todavia não devemos se enganar, achando que com um osso podemos determinar a cor da pele, o volume de massa corporal(gordo ou magro), ou características peculiares como tamanho das orelhas ou protuberância dos lábios.
Assim, não me surpreende a figura de Luzia, assim como não fico empolgado com o que os artistas fazem com uma ossada, mesmo que eles tenham informações científicas gabaritadas, nenhuma delas, nem mesmo programas de computadores, nem mesmo tomografias podem dar informações que possibilitem criar o rosto de Luzia, nem de qualquer outro animal pré-histórico. Neste ramo da ciência, há muita mentira, muitos falsários e não falta CRIATIVIDADE...
PERGUNTAS QUE EU DEIXO NO AR:
1 – Como os “ cientistas-artistas” podem refazer um queixo, sem a mandíbula???
2 – Como um crânio pode dar ao “ cientistas-artistas” descrição do desenho das sobrancelhas ???
3 – Com base em que informação, puderam reconstruir as orelhas de Luzia????
O texto da Revista VEJA é mais poético do que científico, o autor da matéria se atreve a afirmar que LUZIA não sabia sequer plantar um pé de alface...
“Sem residência fixa, perambulava pela região onde hoje está o Aeroporto Internacional de Confins, nos arredores de Belo Horizonte, acompanhada de uma dúzia de parentes. Não sabia plantar um pé de alface sequer e vivia do que a natureza agreste da região lhe oferecia. Na maioria das vezes se contentava com os frutos das árvores baixas e retorcidas, uns coquinhos de palmeira, tubérculos e folhagens. Em ocasiões especiais, dividia com seus companheiros um pedaço de carne de algum animal que conseguiam caçar. Eram tempos difíceis aqueles e Luzia morreu jovem. Foi provavelmente vítima de um acidente, ou do ataque de um animal, e não teve direito nem mesmo a sepultura.” (VEJA, abril, 1999).
Gosto da imaginação dos historiadores, mas fico irritado quando vejo afirmações sendo feitas com base em hipóteses. Na minha modesta interpretação o doutor Walter Neves está vendo negros na história onde não há. Além de “Luzia” no síto arqueológico de Lagoa Santa(Minas Gerais), Walter Neves afirma que já achou crânios na América do Norte que são compatíveis aos negróides como o homem de Kennewick e de Spirit Caverman.
Outro indagação que faço: Ciência pura, ou vaidade??? Estaria Walter defendendo estas idéias com bases científicas, ou quer notoriedade para si???
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